Agências rigorosamente controlam o setor farmacêutico global, estabelecendo e fiscalizando diretrizes para garantir a segurança e qualidade dos produtos, tanto os comercializados quanto os em processo de aprovação. Além disso, essas agências desempenham um papel crucial na supervisão contínua das práticas de fabricação, assegurando, dessa forma, que os padrões sejam mantidos em todas as etapas do ciclo de vida do produto.
Normas da ANVISA e Farmacopeia Brasileira
No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), criada pela Lei nº 9.782 de 26 de janeiro de 1999, é responsável por estabelecer normas por meio de resoluções da diretoria colegiada (RDCs), guias informativos, notas técnicas e outros documentos oficiais. Além disso, a ANVISA também elabora a farmacopeia brasileira, um compêndio que descreve métodos de produção de produtos farmacêuticos. Consequentemente, esta farmacopeia assegura maior segurança na produção industrial, especialmente na prevenção da formação e armazenamento de impurezas que podem surgir durante o processo farmacotécnico ou de estocagem.
Tipos de Impurezas e Controle de Qualidade
Substâncias indesejáveis encontradas no insumo farmacêutico ou no produto acabado, que não são o princípio ativo ou seus excipientes, são impurezas. Classificamos essas impurezas como:
- Orgânicas e Inorgânicas: Originadas durante a fabricação ou estocagem.
- Solventes Residuais: Permanecem após processos de síntese.
Importância das Diretrizes e RDC Nº 658/2022
Devido ao alto risco à saúde que essas impurezas representam, as agências de vigilância sanitária exigem que as indústrias farmacêuticas mantenham setores especializados em controle de qualidade, emitindo laudos técnicos para facilitar a fiscalização. No Brasil, esses setores devem seguir a RDC Nº 658/2022, que estabelece diretrizes gerais de boas práticas de fabricação de medicamentos. Além disso, existem também normas específicas para o controle de qualidade conforme o tipo de medicamento ou produto.
Procedimento de Degradação Forçada
Um exemplo de procedimento realizado pelos setores de controle de qualidade é a degradação forçada. Neste método, o produto é submetido a condições de estresse como luz, temperatura, umidade, calor e acidificação para identificar as condições em que começa a degradar-se e liberar metabólitos potencialmente prejudiciais. Além disso, este método fornece informações valiosas sobre como o produto deve ser armazenado e orienta as indústrias na melhoria das rotas de fabricação. Ademais, a ANVISA regulamenta esses procedimentos por meio da RDC Nº 53/2015.
Para maiores informações, consulte:
- Souza, T., B. “Uma revisão sobre o arcabouço legal para o controle de impurezas em produtos farmacêuticos registrados no Brasil.” Farmaguinhos FIOCRUZ, 2015.
- ANVISA. “RDC Nº 658, DE 30 DE MARÇO DE 2022.” Ministério da Saúde, Brasília, 2022.